Maio

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"O Amor e a Aceitação de Deus não são o resultado de uma vida transformada. São o que causa a transformação."
Dick Winn, O Amor Que Restaura, 1987.

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1 de Maio

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TEMPO: UMA MOTIVAÇÃO DEFICIENTE

“Por isso ficai também vós apercebidos; porque à hora em que não cuidais, o filho do homem virá.” S. Mat. 24:44.

Um antigo conto relata que S. Francisco de Assis foi abordado por um dos seus paroquianos enquanto capinava em seu jardim. “Irmão Francisco”, perguntou o homem, “que você faria se soubesse que o Senhor voltaria amanhã?” O idoso e sábio Clérigo apoiou-se por um momento em sua enxada e respondeu com certeza: “ Creio”, disse ele, “ que terminaria de capinar o meu jardim.”

Em que sentido viveria você sua vida diferente se soubesse que Jesus viria em dois meses? Ou se fosse apenas dois dias? Ou mesmo duas horas? É o estilo de vida de Jesus digno de ser vivido somente porque Ele vira em breve? Ou continuaria a viver exatamente como esta vivendo, mesmo se soubesse que Jesus pudesse voltar. Por outro lado, enquanto o que eu estou fazendo é valido e útil, a extensão de tempo que eu passo fazendo isto não é relevante.

Jesus recusou incisivamente contar aos seus discípulos o tempo em que voltaria, porque não desejava que este fosse o motivo de sua obediência. Não queria que fixassem os olhos no calendário em vez de em Si mesmo. Em vez de serem movidos pelo amor a Ele mesmo e à magnificência dos seus Caminhos.

Se bem que tenhamos ouvido com tanta freqüência que alguns ficarão chocados se me ouvirem pondo isto em duvida, creio ser um argumento falho em dizer: “Jesus em breve vira, Portanto aprontai-vos!” Jesus é EM SI MESMO motivo suficientemente bom para vivermos como ELE. O verdadeiro argumento deveria ser: “Viva como Jesus por amor dEle, conseqüentemente o mundo o conhecera, e Ele PODERÁ vir.”

Nosso verso de hoje não diz: “APRONTAI-VOS...” Em vez disto diz: “CONSERVAI-VOS prontos...” (NEB). Isto significa que, neste mesmo dia é possível ESTAR pronto, estar em relacionamento salvífico com Ele. Então minha concentração é sobre permanecer, continuar, perseverar nesta íntima amizade. Conquanto seja verdade que uma compreensão da profecia e dos acontecimentos dos últimos dias possa atrair minha atenção, somente uma comunhão íntima e constante com Jesus pode ensinar-me a justiça.

2 de Maio

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TORNANDO-SE PARTE DA DEMONSTRAÇAO

“Rogo-vos, pois, irmãos pelas misericórdias de Deus que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional.” Rom. 12:1.

Folheando uma revista, deparei-me com um anuncio clássico “antes e depois”. No lado esquerdo da página havia um desenho de uma mulher muito corpulenta. À direita foi desenhada a mesma mulher, consideravelmente mais magra. “Tive excesso de peso por vinte anos!” dizia o seu testemunho. “Mas com ________ perdi mais de 27 quilos!”

Os promotores de venda admitem que as duas maneiras muito bem-sucedidas de convencer o consumidor quanto ao valor do produto são a demonstração visual e o testemunho pessoal. Somente a demonstração pode deixar o observador apreensivo. Mas quando endossada por uma pessoa comum, as afirmações tornam-se mais acreditáveis.

Há dois mil anos Deus enviou seu filho como uma demonstração de Si Mesmo. As escrituras apresentam o testemunho humano: É nós temos visto e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo... “E nós conhecemos e cremos o amor que Deus nos tem.” I S. João 4:14 e 16.

A vida de Cristo revelou a verdade a cerca de Deus: Ele é perceptível, amoroso, compreensivo. Ele é perdoador, restaurador, ensinador. E nos aceita. Não mais precisamos temer. Ele nos assegura que é capaz de endireitar todas as coisas e que somos de máximo valor. Tomando nossos pecados - a evidencia de nossa separação de Deus – sobre Si mesmo, Cristo morreu no Calvário exemplificando destarte que Deus é a nossa única fonte de vida.

As testemunhas que viveram nos dias de Cristo deixaram seu testemunho nos escritos da Bíblia. Cada geração sucessiva de crentes tem o privilegio de trazer nova confirmação àquela confissão de fé. Em acréscimo se nos deu o convite de nos tornarmos uma parte viva na magnífica demonstração de Deus. Podemos tornar-nos “sacrifício vivo” (Rom. 12:01), oferecendo nossa própria individualidade – corpo, mente e coração – a Deus, para que Ele possa resplandecer a luz “em nossos corações ... Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. II Cor. 4:6 e 7.

Como filhos de Deus, podemos ser tangivelmente amáveis e compreensivos, perdoadores e receptivos. E deste modo, não somente contamos ao nosso mundo que Deus aceita as pessoas e as considera de Maximo valor, demonstramo-lo.

3 de Maio

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O RISCO DE SER DIREITO

“Tu, porem, por que julgas a teu irmão? e tu, por que desprezas o teu? pois todos compareceremos presente o tribunal de Deus.” Rom. 14:10.

Seria difícil imaginar que, dentre todas as pessoas que lêem este livro, houvesse uma que desejasse ser encontrada do lado do erro. Virtualmente todos nós queremos compreender e viver pelos princípios do direito. Pensar de outro modo seria negar tudo o defendemos como real e vital visto que somos cristãos.

Contudo estar do lado do direito implica em alguns riscos muito reais. Considere, por exemplo, o que acontece quando você põe uma pessoa que esta do “lado direito” em um relacionamento com uma pessoa que esta claramente do “lado errado”. Haverá provavelmente duas series distintas de sentimentos nada invejáveis.

O que esta no erro sentira: “tenho sido um verdadeiro tolo. Sinto-me embaraçado. Como posso manter a cabeça erguida na presença desta pessoa que tão prontamente pode dizer-me o que tenho feito de errado? Eu escaparia se pudesse. Não tenho nenhum valor real?”

O que é “direito” também corre o risco de certos sentimentos. Pode pensar: “Estou tão feliz porque sou justo! Ser direito é a realização dos meus objetivos, o fundamento da minha auto-estima. Sinto-me grandemente aliviado porque não estou entre os transgressores!”

Este relacionamento provavelmente não seria agradável ou duradouro. Estaria repleto de intimidação e fuga. Todavia Jesus andou por este planeta como alguém que era constantemente, absolutamente reto, e misturava-Se diariamente com aqueles que eram evidentemente transgressores. Para nossa surpresa, a Bíblia relata que os pecadores ouviam-nO alegremente e encontravam nEle um hóspede favorito para as ceias. Porque Jesus não somente proferia a mensagem: “Nem Eu  te condeno”, mas a vivia.

Aquele que esta no erro não pode dar o primeiro tranqüilo em direção do que está do lado correto. Está muito intimidado. Assim o primeiro objetivo de Jesus era derrubar a barreira de superioridade, para que todos que estamos no erro pudéssemos permitir-Lhe que Se tornasse nosso amigo e nos transformasse naqueles que O amam e fazem o que é justo.

Quanto mais “correta verdade” um cristão compreende, mais essencial é que ele tenha também o “espírito correto”: compaixão genuína daqueles que estão no erro.

4 de Maio

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CONVERTIDOS DA INTROVERSÃO

“Porquanto o coração deste povo se tornou endurecido; com os ouvidos ouviram tardiamente, e fecharam os seus olhos, para que jamais vejam com os olhos, nem ouçam com os ouvidos, para que não entendam com o coração, e se convertam, e por mim sejam curados.” Atos 28:27.

Nunca me esquecerei a primeira vez em que olhei pelo lado errado de um par de binóculos. Imediatamente, tudo parecia a quilômetros de distância. Foi especialmente assustador visto que eu esperava exatamente o oposto. Mais tarde pus-me a pensar nisto: Muitos vêem a vida de um modo semelhante. Suas relações com os outros derivam de um resguardado egocentrismo. Conseqüentemente, tudo tem uma pequenez quanto a isto.

È como se você tivesse parte de suas percepções cerradas, fechadas. Ao invés de enxergar mais, seus horizontes se tornam mais comprimidos. Manifesta-se uma espécie de surdez; você tende a não ouvir o que os outros estão realmente dizendo. Quanto mais as pessoas exigem de você, menos capaz você se sente de poder dar. Torna-se mais e mais protetor de si mesmo ate que o coração parece congelado. Que pode ser feito para remediar esta decepcionante situação? Como pode você aprender a ver as coisas diferentemente?

Deus tem um caminho! Lemos em Romanos 12:2: “ Transformai-vos pela renovação de vossa mente.” E como pode isso ser efetuado? “E todos nós com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória de Senhor , somos transformados de glória em glória, na Sua própria imagem.” II Cor. 3:18. A isto chamamos de conversão.

Olhar para a vida de um ponto de vista egocêntrico é como olhar pela extremidade errada de um telescópio. Contemplar “a glória do Senhor “ - o caráter de Deus vivido no Filho – tem um efeito transformador sobre a mente. Em primeiro lugar as razões para o egocentrismo começam a afastar-se à luz da mensagem positiva da aceitação de deus e do perdão restaurador. Torna-se evidente uma visão mais ampla vida ao ser enfocado o esplendor do grande conflito entre o bem e o mal. Os olhos começam a ver e os ouvidos a ouvir; o coração endurecido é abrandado e reavivado.

Como deseja Deus fazer isto por nós individualmente! Mas nos tornamos introvertidos, temerosos e autodefensivos. Não somos condenados por isto. Como transmite o nosso texto de hoje, somente se recusarmos a aceitar Sua cura seremos obrigados a experimentar as conseqüências de nossa introversão espiritual. Porque, se Lho permitimos, Deus nos amará inteiramente!

5 de Maio

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Duas Casas Semelhantes

“É semelhante a um homem que, edificando uma casa cavou, abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha; e vindo a enchente, arrojou-se o rio contra aquela casa, e não a pode abalar, por ter sido bem construída .” S. Lucas 6:48.

Ora, se eu tivesse pronunciado esta parábola, teria lhe dado um tratamento inteiramente diverso. Em vez de falar sobre suas casas construídas perto uma da outra ás margens do rio, como Jesus se expressou, eu teria retratado apenas uma casa. Teria falado a cerca de um homem que construiu um edifício magnífico com a mais excelente arte, e a cerca de um outro homem que recusou até mesmo erguer um martelo. A final de contas, quando se trata de religião, ou você tem o verdadeiro item ou não tem absolutamente nada, Certo?

Mas foi bom que Jesus não me encarregasse de compor sua parábola, porque – como sempre acontece- Ele tinha em mente algo muito mais profundo e mais oportuno. Jesus falou de duas casas semelhantes, cada uma sendo adequada para habitação humana. Em cada caso, enquanto seus ouvintes pintavam quadros mentais para combinar as suas palavras, viam pessoas se dirigindo para estes lares, fixando residência e sentindo-se seguras dos elementos ameaçadores. E então consternados, imaginavam os acidentes humanos como a casa sem alicerce desmoronada sobre a pressão da enchente.

Tragicamente, as pessoas não distinguem a casa frágil da casa antes de vir o tempo da prova. O edifício parecia bastante seguro - se ninguém examinasse o fundamento!

Do ponto de vista das ações exteriores muitas pessoas religiosas parecem notavelmente semelhantes. Falam as mesmas palavras, vão à mesma igreja e cantam os mesmos hinos. Cada uma parece ter uma experiência religiosa de adequada segurança, porque se estabeleceram em seu conforto aparente. O ouvir, contudo, a parábola de Jesus, adverte-nos de que a menos que experiência religiosa de alguém esteja arraigada no devido fundamento, desmoronar-se á sob a pressão. E alguém será ferido!

Quando Jesus afirma que Ele é a pedra angular (I S. Pedro 2:6), não esta falando um provérbio, um chavão. Aqueles cuja religião é uma adoração pessoal de Jesus Cristo com quem estão fascinados, tem um alicerce, uma motivação fundamental para toda a sua vida espiritual que é poderosa e invariável. Não estão dependendo de seus condiscípulos (que podem demonstrar-se falsos), não estão repousando em uma profissão de fé (que pode provar-se-lhes inadequada);não esta edificando sobre sentimentos (que constantemente mudam). Estão fundados naquele que é imutável. E não cairão.

6 de Maio

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O ESTANDARTE DO SENHOR

“Que é esta que aparece como alva do dia, formosa como a lua, pura como o sol, formidável como um exercita com bandeiras?” Cant. 6:10.

Uma das mais fascinantes descrições Bíblicas da união entre Deus e seu povo encontra-se no livro de Cantares de Salomão. A narrativa é rica em expressões de mútuo de leite que o esposo e a esposa encontram um no outro. E quando o esposo experimenta o sofrimento da separação de sua amada, esta não expressa nenhuma dúvida em seu relacionamento. ‘eu sou do meu amado, e o meu amado ´é meu”, diz ela confiantemente (Cant. 6:3).

Sua afirmação é bastante reveladora quando se compreende a sua circunstância precedente. O esposo veio ao seu encontro à noite, pedindo-lhe que lhe permitisse entrar. Por incrível que pareça, sua resposta refletia sentimentos de estar sendo importunada com o pedido dele! “Já despi a minha túnica, hei de vesti-la outra vez? Já lavei os meus pés, tornarei a sujá-los?” Cap. 5:3. O esposo pondo a mão por uma fresta, encontrando a porta aferrolhada, retirou-se, não fazendo mais nenhum pedido.

Apressando-se para abrir a porta, ela sai à noite em uma busca desesperada por ele. Foi espancada e ferida pelos guardas dos muros da cidade, que lhe tiraram o manto, símbolo de sua respeitabilidade. Isso deveria ter sido suficiente para levar qualquer um a desistir! Mas alguma coisa a consolava e dava-lhe confiança de que ele voltaria para ela – embora tivesse ciente de seu procedimento decepcionante para com ele: ela confiava na qualidade de seu amor!

Seu esposo era um rei. Ele como os outros monarcas, tinha um emblema que representava seu poder e domínio. Como um estandarte, era conduzido para a batalha a um ponto de reagrupamento, e seguia diante do exército quando vitoriosamente marchavam de volta para a cidade. Rememorando isto, a esposa descreve a atitude do esposo para com ela declarando: “seu estandarte sobre mim é o amor” Cap. 2:4. Quando o esposo voltou para ela regozijou-se de que ela compreendesse seu relacionamento. A despeito de suas deficiências, ele a via como um exército que regressava vitorioso carregando alto a sua bandeira!

Embora nem sempre sejamos constantes em nossa reação para com Deus, podemos estar certos de que sua atitude em relação a nos é inalterável. Pertencemos a ele, ele é nosso! “Celebraremos com júbilo a nossa vitória, e em nome de nosso Deus hastearemos pendões.” Salmos 20:5.

7 de Maio

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Mais do que Minha Salvação

“Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão; se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através de fogo.”  I Cor. 3:14 e 15

Alguns nomes muito interessantes estão registrados no Panteão da Fé. Não ficamos absolutamente surpresos por vermos os nomes sob os retratos de Abraão ou Enoque. Esperaríamos ver Noé, Moisés e mesmo Davi. Mas ao descermos o corredor de Hebreus, capítulo 11, ficamos surpresos ao vermos um retrato incompleto de um camarada de aspecto robusto com longa cabeleira e olhos deformados. Seu nome é Sansão.

Sansão, escolhido por Deus para ser o Libertador de Israel, que parecia gastar menos tempo combatendo os homens filisteus do que namorando suas mulheres. O gigante físico e pigmeu moral, mais apto para manejar queixadas do que conduzir homens à oração. O campeão da liberdade que morreu acorrentado sob a coluna lavrada de pedras de um templo filisteu, que destruiu mais dos seus inimigos na morte do que em toda a sua vida. Que estranha incongruência que ele devesse ser escolhido como um grande homem de fé!

Devemos perceber que estamos tratando de dois temas um tanto distintos: salvação, e eficiência no testemunho. Apesar de Sansão ter vindo a uma confiança salvadora em Deus, sua utilidade em levar outros àquela mesma confiança foi, na melhor das hipóteses, um relatório muito confuso. E embora tenhamos motivo para crer que Sansão será salvo, é certo que Sansão morreu em profundo dissabor, visto que sua vida foi tão essencialmente desperdiçada.

Contudo, antes de sermos demasiados rigorosos com Sansão, devemos indagar se nossa vida espiritual está fixa em nossa própria salvação, ou se – com esta questão resolvida – somos atraídos por temais mais nobres! Que poderia ser mais satisfatório do que aprender a viver além de nossa própria salvação?

Nestes dias finais da história terrestre, os gigantes da fé não serão aqueles “apenas” salvos, como que arrancados do fogo. Nosso Pai anseia por pessoas que se destaquem em mundo turbulento. Em um tempo em que todos os meios de subsistência terrestres serão tirados, quando haverá um tempo de angústia qual nunca houve, somente aqueles que estão seguros da sua salvação, que estão seguros quanto à atitude de Deus para com eles, serão capazes de afastar o pensamento de si mesmos e ajudar outros a reformar a atitude para com Deus.

8 de Maio

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Uma Lição em Frustrada Compaixão

 “Jerusalém, Jerusalém!... quantas vezes quis Eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não quisestes!.” Mateus 23:37

Eu não tinha nenhuma intenção de levar uma gatinha para casa. Mas ali estava ela, enroscada numa pequenina bola em uma caixa em frente a um supermercado, cujo nome traduzido é Afortunado, duas pequenas pontas de orelhas distinguindo a cabeça do restante do corpo. Hesitei. Era a maior parte cinzenta com pequenas listras douradas. Eu sabia quanto meus meninos desejavam um gatinho...

Nós a chamamos de Afortunada, não somente por causa do local onde a encontrei, mas porque isto é o que ela tinha de ser a fim de sobreviver com todos os numerosos cachorros em nossa vizinhança. E ela sobreviveu, com coragem e reserva. Somente oito meses mais tarde teve ela sua primeira ninhada de gatinhos. Embora fosse uma mãe especialmente boa, somente três viveram.

Nos meses do verão comecei a notar quão dolorosamente magra tinha se tornado a Afortunada. Quando descobri que ela ainda permitia que seus gatinhos se nutrissem dela, comecei a tomar medidas para desencorajá-los. Logo depois, ela parecia mais gorda, porém, um tanto mal-humorada. Não muito depois percebi que ela estafa novamente prenha. Seu aumento de peso estava estritamente em volta do ventre. A friagem do outono estava no ar. Afortunada recusava comer muito. Preparei-lhe um lugar, como fizera da primeira vez que ela teve gatinhos. Um dia ela reapareceu novamente magra. Seus gatinhos não estavam em lugar algum que pudessem ser encontrados, e ela não mostrava nenhum sinal de ir atrás deles. Finalmente localizei-os na velha casa abandonada do cão. Estavam dispersos e agonizantes. Todos os esforços que fiz para salva-los foram em vão. Afortunada não queria nenhum deles. Isto me fez pensar no texto de hoje.

Afortunada não podia compreender o quanto eu desejava ajudá-la e aos seus gatinhos. E embora, é claro, sua situação não fosse exatamente paralela a de Jerusalém, isto despertou-me um senso de compaixão frustrada. Fez-me perceber, embora parcialmente, como Deus deve sentir-Se quando mergulhamos em profunda dificuldade, contudo não Lhe permitimos que nos ajude. Forçar Sua bondade sobre nós produziria apenas terror e resistência. Como o Céu deve maravilhar-se ante Sua divina restrição!

A próxima vez que alguém perguntar em alta voz: “Por que Deus não faz alguma coisa?!” penso que lhe falarei sobre Afortunada.

9 de Maio

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Salvos Pelo Temor?

 “Por causa das águas do dilúvio, entrou Noé na arca, ele com seus filhos, sua     mulher e as mulheres de seus filhos... depois de sete dias, vieram sobre a Terra as   águas do dilúvio.”  Gen. 7:7 e 10

Durante mais de um século Noé tinha rogado ao povo que fugisse do dilúvio vindouro e entrasse na arca. Por cento e vinte anos tinham conhecido que ela era bastante grande para eles e que a porta lhes estava aberta. Descuidados, céticos, influenciados por companheiros, não queriam nada com ela. Mesmo a assombrosa procissão de animais, no final, não pôde movê-los. E quando uma mão invisível fechou a grande porta e travou-a, eles prosseguiam comendo, bebendo e planejando casamentos. Estavam apenas um tanto curiosos.

Até que veio a chuva. Repentinamente sobressaltados, olhavam com crescente terror enquanto as águas subiam em volta dos seus tornozelos. Começaram a bater desesperadamente na porta do grande barco, implorando entrada. Repentinamente, queriam com sinceridade fazer a própria coisa que Noé tinha desejado que fizessem durante todas aquelas décadas. Queriam entrar!

Mas era demasiado tarde. Noé não podia abrir a porta, e Deus não a abriria. Tinha Ele mudado de idéia? Ou estava apenas ciente de que um motivo de frenético temor não é motivo salvífico?

Se Deus pudesse salvar as pessoas que vinham a Ele movidas pelo temor, poderia ter reaberto a porta da arca e as acolhido lá dentro. Poderia ter salvo a Acã quando as pedras começaram a cair, ou a Coré e seus amigos enquanto a terra se abria para tragá-los.

Mas apesar de o temor ser um grande motivador, é um ensinador muito deficiente. Embora ele nos diga que há grande dor em viver separado de Deus, não nos descreve a Deus. Derrama adrenalina no coração, mas não amor. Aterroriza, mas não converte. As pessoas completamente molhadas fora da arca estavam impressionadas com as águas que subiam, mas não com Aquele que tão graciosamente lhes tinha provido um meio de escape. Qualquer pessoa egoísta gostaria muito de não se afogar. Mas a salvação não é o impedimento de afogar-se; é adoração e confiança no Salvador.

Deus não enviou o dilúvio a fim de amedrontar a pessoas para a salvação, mas para permanecer em contato com o pequenino número daqueles que ainda eram acessíveis a Ele. Os “crentes” eram uma espécie em perigo, muito perto da extinção. E Ele moveu-Se corajosamente para criar uma nova “reserva” na qual pudessem mais uma vez prosperar e crescer.

10 de Maio

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Acompanhando a Bondade de Deus

 “Se te fadigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com os que vão a cavalo?.”  Jer. 12:5

Nós “trabalhamos” para as coisas. Aprendemos álgebra antes de cálculo. Treinamos esqui com os principiantes em esqui antes de um curso mais desafiador. Muitas vezes, como no caso das criancinhas, apenas crescer ajuda. Igualmente, Deus primeiro nos convida a caminhar com Ele antes de desafiar-nos a correr. É somente quando permitimos que as circunstâncias diárias nos atrapalhem que começamos a ficar para trás. Isto aconteceu com Jeremias.

Deus chamou a Jeremias para que apelasse a Judá a fim de que se desviasse de suas práticas corruptas que estavam arruinando a nação. Profetizou a destruição de Jerusalém às mãos dos invasores babilônios. Entretanto, o povo o ridicularizava, crendo que Deus jamais permitiria que Jerusalém fosse destruída porque o Templo estava ali. O pior disto era que esses idólatras estavam prosperando!

Esgotado e confuso, Jeremias derramou sua queixa perante Deus. Em essência ele disse: “Por que estás abençoando a estas pessoas? Por que não as transtornas? Ordenaste-me a dizer-lhes que elas estavam condenadas, e então as fazes prosperar! Sinto-me como um tolo! Isto somente as leva a zombar de Ti” (Jer. 12:1-4). Em resposta, Deus gentilmente o repreendeu: “Se te fadigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com os que vão a cavalo?” Em outras palavras: “Se não podes agora Me acompanhar, como Me alcançarás mais tarde?”

Jeremias tinha perdido de vista a Deus e Sua metodologia. Estranhou ao ver Deus abençoando as pessoas aparentemente indignas. Esquecera-se de que Deus tem um meio melhor de atingir Seu povo. “Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em Me conhecer e saber que Eu sou o Senhor, e faço misericórdia, juízo e justiça na Terra; porque destas coisas Me agrado.” Jer. 9:24.

Deus tentou ajudar Jeremias a compreender que mostrando bondade e tolerância a  Judá, queria levá-lo, bem como as nações vizinhas, a uma mudança de coração (cap. 12:14-17; Rom. 2:4). “Fiz apegar-se a Mim toda a casa de Israel, e toda a casa de Judá, diz o Senhor, para Me serem por povo, e nome, e louvor e glória; mas não deram ouvidos.” Cap. 13:11. Conseqüentemente, as nações adjacentes que poderiam ter sido abençoadas por eles tornaram-se em vez disto seus destruidores.

Jeremias poderia ter olhado para o Senhor e nunca ter ficado cansado (Isaías 40: 31). Que possamos ter aprendido esta lição.

11 de Maio

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A Política do Céu

“E não ensinará jamais cada um ao seu próximo nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos Me conhecerão, desde o menor deles até ao maior.” Heb. 8:11.

A tarefa visava decidir sobre a forma de governo mais ideal. Nosso professor de história da faculdade, com um brilho débil em seus olhos, estava defendendo uma ditadura benevolente. “Afinal”, disse ele, “você não terá de esperar que as pessoas passem por aquele incômodo processo de decidir o que fazer. Você confia nas boas intenções do seu líder e faz o que ele diz.”

Vários alunos, porém, estavam afirmando corajosamente que a melhor forma de governo era uma teocracia. “Esta foi a forma de governo que Deus escolheu para Israel”, argumentavam, “e esta será quando chegarmos ao Céu. Deus será o Líder incontestado, e os redimidos simplesmente farão o que Ele disser.” Não havia nenhum brilho em seus olhos.

Antes de você opinar, posso suscitar algumas perguntas? Por que foi Deus tão longe para ensinar Seu povo a tomar decisões morais aqui na Terra se no Céu não necessitaremos mais tomar decisões? É o mais importante tipo de decisão que o cristão pode tomar simplesmente dizer “Sim!” ao poder de Deus? Representa a decisão de submeter-se à autoridade a mais elevada expressão de maturidade cristã?

Ou está Deus procurando levar Seu povo a alinhar inteligentemente suas faculdades mentais com os grandes princípios do Seu Universo? Não deseja Ele que nos tornemos amadurecidos? Paulo afirma que os maturos são aqueles que “têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal”. Heb. 5:14. Tornar-se maturo, portanto, significa que devemos ter a oportunidade de lutar com importantes escolhas morais e assumir a responsabilidade pelos nossos próprios atos.

A democracia é uma lenta, incômoda e ineficiente forma de governo. Não é a proposta recomendada se as pessoas querem obter um projeto feito às pressas. Mas as nações cristãs sempre acariciaram a democracia porque percebem que conseguir a execução de uma tarefa não é tão importante quanto o que acontece com a personalidade dos cidadãos no processo de fazer a tarefa.

Sendo que a democracia admite o direito de todas as pessoas estar envolvidas em fazer escolhas morais, aceitar a responsabilidade por estas escolhas e submeter-se à opinião do grupo maior, ela prepara melhor as pessoas para a amorosa e responsável liberdade do Céu.

12 de Maio

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Como um Leão Rugidor

“Por que Eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti; não virei com ameaças como um leão rugidor.”  Osé. 11:9 e 10, (NEB).

Muitos dos nossos conceitos acerca de Deus são reflexos da maneira como temos sido tratados por outros. Muitos são semelhantes à da pequena menina que cresceu com a impressão de que Deus não é amigável – porque fora advertida repetidamente durante o serviço da igreja: “Assente-se e fique quieta! Você está na casa de Deus!”

Talvez o denominador mais comum em nossas concepções errôneas no que concerne a Deus seja o elemento do nosso sentimento ameaçado por Ele. Certamente, parece haver razões para isto! Afinal, Ele pode infligir dor sobre nós ou abençoar-nos; sem dúvida a melhor política é conservar o Seu lado bom. E assim cantamos “Crer e Observar” – em todo o tempo acreditando que é melhor obedecer!

Necessita Deus de tirar proveito de nossa apreensão? É possível que tenhamos interpretado como ameaças Suas advertências concernentes ao resultado seguro de nossa rebelião? Advertir alguém quanto aos resultados de pôr a mão no fogo não é o mesmo que dizer: “Se o fizer, EU LHE queimarei!” Ouça como Deus descreve Seus verdadeiros sentimentos para com o Seu povo inconstante:

“Quando Israel era menino, Eu o amei; e do Egito chamei o Meu filho. Quanto mais Eu os chamava, tanto mais se iam de Minha presença... Todavia, Eu ensinei a andar a Efraim; tomei-os nos Meus braços mas não atinaram que Eu os curava. Atraí-os com... laços de amor; e fui para eles como quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas, e me inclinei para dar-lhes de comer... Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel?” Osé. 11:1-4 e 8.

Efraim estava prestes a ir para o cativeiro como resultado de sua impiedade. “Estrangeiros lhe comem a força, e ele não o sabe.” Osé. 7:9. Mas o amor de Deus era constante, inalterável. “Não tornarei para destruir Efraim, porque Eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti; não virei com ameaças como um leão rugidor”. Osé. 11:9 e 10, NEB. Não era Seu o rugido ameaçador de um leão irado pronto para atacar e devorar seu adversário. Seu rugido visava chamar Seus filhos errantes de volta para Ele. “Não”, diz Ele, “quando Eu bramo, Eu que sou Deus, Meus filhos virão com pressa do ocidente.” Verso 10, NEB.

É isto que faz toda a diferença no mundo!

13 de Maio

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O Clamor de Satanás por Justiça

“E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; Tu, pois, que dizes? Isto diziam eles tentando-O, para terem de que O acusar.” João 8:5 e 6.

Os políticos que procuram ser eleitos têm uma habilidade especial para representar um papel particular na sociedade: os criminosos que não são levados à justiça. Esses caçadores de votos contam vívidas histórias de ladrões e desordeiros comuns que são libertados por cortes liberais e advogados manipuláveis, não recebendo a punição que justamente merecem. Somos informados de que um voto para eles é um voto para certa punição de todos os infratores que merecem.

É claro que isto não deixa de ser um apelo àquela parte de cada um de nós a qual diz que a única coisa que alguém pode fazer com um pecador é puni-lo, e que menos do que isso é apoiar a ilegalidade. É semelhante à conversa fiada que os fariseus usaram contra Jesus naquele dia em que trouxeram diante de Jesus uma pecadora apanhada no ato, para ver se Ele realmente apoiaria sua agenda de “lei e ordem”.

Foi bom que Jesus não estivesse concorrendo para eleição, porque a Sua intenção era fazer mais do que preservar a Justiça. Seu objetivo era transformar aquela mulher ferida, confusa e amedrontada em alguém que pudesse novamente caminhar entre seus amigos sem constrangimento.

Estranho, não é, como o inimigo de Cristo – de quem geralmente pensamos como estando impregnado de ilegalidade e injustiça – pode parecer mudar de direção e clamar por “justiça”?! De modo interessante, esta revelação dos fatos em João 8 é um prenúncio do próprio conflito que explodirá no juízo final. Porque, como Deus Se levanta em favor do Seu povo (Zac. 3:1 e 2), o “acusador de nossos irmãos” (Apoc. 12:10) acusará a Deus de ser injusto por não fazer aos pecadores o que a “justiça” requer, destruindo-os.

Mas Deus não quebra a lei quando age de maneira amorosa e redentora, porque o imperativo supremo da lei é o do amor. A lei protege o amor; não o leva cativo. E assim quando Jesus emitiu uma mensagem de perdão restaurador para essa mulher culpada, estava agindo inteiramente em harmonia com a lei do amor. Contudo este aspecto da lei é aquele que Satanás e seus seguidores são incapazes de compreender.

O plano do homem para a justiça penal amedronta as pessoas em aquiescência externa. Nunca deve ser confundido com o plano divino para a restauração dos pecadores. Jesus não passou por alto aquele pecado da mulher. Primeiro a curou. Depois, morreu por ela.

14 de Maio

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Ligando a Luz

“Eu faço sempre o que Lhe agrada.” João 8:29.

Muitos crentes atribuem sua desconfiança de Deus aos relatos de Seu trato com as pessoas no Antigo Testamento. Indagam se o Deus do Antigo Testamento e Jesus Cristo são mesmo compatíveis. Todavia, o próprio Cristo disse: “Nada faço por Mim mesmo; mas falo como o Pai Me ensinou. E Aquele que Me enviou está comigo, não Me deixou só, porque Eu faço sempre o que Lhe agrada.” João 8:28 e 29.

A vida e os ensinos de Cristo SÃO compatíveis com o Deus retratado no Antigo Testamento. De fato, Jesus explicou que Ele ERA o “EU SOU” do Antigo Testamento (verso 58). Embora assim não possa parecer imediatamente, Jesus – como o Cristo ou como o Eu Sou – “é o mesmo ontem, hoje, e para sempre”. Hebreus 13:8, NEB. E Sua missão tem sido sempre revelar o Pai à raça humana.

“Mas”, exclama você, “o Deus do Antigo Testamento era tão severo! Jesus não era nada semelhante a Ele!” Este pode ser um caso de ver sombras na noite, como a criança que estava certa de que havia um ladrão em seu quarto. Quando a sua mãe acendeu a luz, ela viu que isto era apenas o seu roupão de banho pendurado na porta do guarda-roupa. Semelhantemente, podemos afugentar as sombras do Antigo Testamento “acendendo a luz” do Novo Testamento.

Também isto ajuda a permitir que passagens mais claras das Escrituras iluminem aquelas que são mais ambíguas. Por exemplo, Deus diz: “Pois misericórdia quero, e não sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais que holocaustos” (Osé. 6:6). Não precisamos lutar contra a idéia de que Deus está mais interessado em equilibrar o relato dos pecadores do que em nosso conhecimento dEle. O ministério de Cristo em prol das pessoas como Maria Madalena demonstra esta verdade.

Outra vez, nos é dito: “Por isso, o Senhor espera, para ter misericórdia de vós, e Se detém para Se compadecer de vós, porque o Senhor é Deus de justiça”. Isa. 30:18. Isto com certeza lança uma luz diferente sobre o conceito de um Deus justo que está pronto para punir com severidade os ímpios! Jesus ecoou esta ampliada compreensão da justiça quando declarou: “Porquanto Deus enviou Seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele”. João 3:17.

“Acendamos” a Luz e regozijemo-nos!

15 de Maio

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Não os Deixe Zangados, Papai!

“E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor”. Efés. 6:4.

Tente rememorar a sua própria infância. Pode você se lembrar de uma ocasião em que despertou cedo de manhã, olhou-se no espelho e disse: “Penso que hoje vou ser rebelde”? Pode se lembrar de uma ocasião em que fez uma simples e perversa escolha para estar zangado com seus pais?

É um princípio que a maioria das crianças é de índole pacífica e feliz em vez de zangada e impiedosa. A premissa paulina no texto de hoje – apesar de dolorosa para ser admitida pelos pais – é que se uma criança se torna irada, com muita probabilidade a culpa é do pai, porque o pai trata a criança de um modo que revela falta de respeito pelo seu legítimo senso de liberdade e individualidade.

Com muita freqüência, nós os pais queremos tanto que nossos filhos obedeçam que os irritamos, os atormentamos, até mesmo os depreciamos em nome da disciplina. Então quando eles reagem como Paulo predisse que fariam, freqüenteesvanecido quando seu amigo chegou, com uma hora e meia de atraso. “Sinto muito!” disse ele mui prontamente. “Houve engarrafamento. Pode você tomar outro ônibus?”

É muito fácil fazer promessas. Contudo, nosso cumprimento nem sempre pode ser tão bom como nossas intenções. E há algumas coisas que são tão decepcionantes e potencialmente prejudiciais quanto uma promessa violada. Além de gerar irritação de ser incomodado quando alguém com quem você contava o decepciona, seu relacionamento com aquela pessoa pode sofrer significativo dano. Dúvidas quanto à dignidade própria  podem insinuar-se; a confiança pode ser substituída pela precaução. Uma hesitação em confiar na palavra das pessoas pode desenvolver-se.

Infelizmente, estas atitudes e sentimentos facilmente transportam-se para nosso relacionamento com Deus. Embora não o denotemos, é possível que tenhamos sentimentos ocultos de cautela em relação às Suas promessas concernentes a nós. Então, sabemos que não devemos nos sentir deste modo, também lutamos com a culpa. Qual é a atitude de Deus no tocante a nós nestes assuntos?

Em nosso texto de hoje lemos do “Deus de promessa positiva”. Ele compreende nossa necessidade de afirmação, especialmente porque com freqüência não vemos imediatamente os resultados de Suas promessas. Deveras, este é o motivo por que Ele enviou Jesus para viver entre nós: para dar confirmação visual ao Seu concerto empenhado conosco. “Porque todas as promessas de Deus encontram seu Sim nEle. Eis porque pronunciamos o Amém por meio dEle, para a glória de Deus.” II Cor.1:20, RSV. Deus nos mostrou através da vida de Seu Filho que Ele nos perdoou. Ele nos aceitou. Ele proveu um fim para o pecado – que é a separação entre Ele mesmo e nós, Seus filhos perturbados.

A atitude positiva de Deus para conosco, exemplifica na vida de Cristo, visa habilitar-nos a exprimir confiantemente: “Amém! Cremos! Que isto aconteça!”

17 de Maio

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Sentindo-se Confortados em Sua Presença

“Pela qual temos ousadia e acesso com confiança, mediante a fé nEle.” Efés.  3:12

Tente imaginar como você se sentiria se fosse um estudante malcomportado que o professor enviasse para conversar com o diretor. Você permanece olhando para a fivela do seu cinto, mãos suadas entrelaçando-se por trás de você, culpado conforme acusado. Sua voz parece provir dos elevados espaços acima. Você provavelmente desejaria estar em quase qualquer outro lugar!

Ou imagine que você é o noivo no dia do seu casamento. Você acaba de ver seu futuro sogro acompanhando a mais bela jovem do mundo descendo a nave lateral da igreja e coloca sua mão em seu braço. Agora você está na presença do pastor e dos convidados, contemplando seus olhos radiantes. Pode você pensar em algum outro lugar no mundo em que gostaria de estar?

Sempre que nos aproximamos de uma pessoa, sentimos algumas emoções definidas por estar na presença daquela pessoa. Alguns encontros gostaríamos de evitar; outros gostaríamos de repetir. Depende inteiramente da interação de sentimentos entre as duas partes. E a maior parte desses sentimentos centraliza-se em torno de como nos sentiremos realçados ou diminuídos na presença do outro.

A julgar pelo verso de hoje, como provavelmente se sentiria Paulo na presença de Deus? Sentir-se ia tenso, reprimido e intimidado diante de seu Senhor? Iria relutantemente ao seu Pai, desejando que pudesse estar em quase qualquer outro lugar? Parafraseando seu comentário aos efésios, talvez pudéssemos ouvir Paulo dizendo: “Sinto liberdade na presença do meu Deus... porque eu O CONHEÇO. Confio em Seu contínuo amor e aceitação. Não sinto nenhuma necessidade de impressiva pretensão, de brincadeira de jogo mental, de ansiosas tentativas para granjear Sua estima; porque estou certo de Sua atitude para comigo. Foi retratada em Jesus”.

Alguns contestariam esta opinião, asseverando que pecadores não têm nenhum direito de sentir-se confortáveis na presença de um Deus santo. Temem que tal conforto resultaria em frouxidão em nossas tentativas para vencer o pecado, ou que diminuiria nossa percepção da grande aversão de Deus ao pecado. Mas há uma diferença entre sentir-se confortado como um pecador pela presença de Deus e sentir-se confortável enquanto está pecando apesar da presença de Deus. Por que Ele “nos conforta em toda a nossa tribulação” (II Cor.1:4), cura-nos por aquela afetuosa intimidade para que não tenhamos mais necessidade de pecar.

18 de Maio

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O Dom Significativo

"Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.”  Gál. 5:22 e 23.

Quando é tempo de dar um presente a alguém, geralmente temos de decidir entre comprar algo que a pessoa usaria ou algo que ela realmente gostaria. Quão emocionante é encontrar um presente que se ajusta a ambas as categorias. Isto é especialmente verdadeiro quando se trata de dar aos nossos filhos.

Lemos em S. Luc. 11:13: "Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedirem?" Um dos melhores dons que nos poderia dar é o Seu Espírito. E é útil e maravilhosamente agradável.

Primeiro, examinemos a utilidade deste extraordinário dom. Falando dele, disse Jesus: "Eu vo-Lo enviarei. Quando Ele vier convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo... porque há de receber do que é Meu, e vo-lo há de anunciar." S. João 16:7, 8 e 14. Quão maravilhosamente prático! E nos é dito até mesmo como ele opera. O Espírito receberá a verdade em Jesus e no-la revelará. Qual é a verdade em Jesus? "Quem Me vê a Mim, vê o Pai." S. João 14:9.

Que qualidades reveladas do Pai são inerentes no dom do Espírito? Paulo as enumera: "amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio." Gál. 5:22. Nestas mesmas qualidades encontramos o segundo aspecto do incrível dom de Deus: deleite.

Não somente é o fruto do Espírito uma declaração positiva da atitude de Deus para conosco, é uma notável declaração de Sua intenção de partilhar a Si mesmo conosco! Quando esta revelação começa a penetrar nosso coração, que tremendo deleite começa a inundar nosso ser! Nosso Deus é tão bom, tão infinitamente amável e gentil, tão impressionantemente paciente e amoroso, tão deliberadamente sóbrio quando agimos de maneira insensata, que não podemos duvidar do Seu amor. Gozamos o prazer de Sua satisfação sobre nós. Confiamos em sua fidelidade. E partilhamos de Sua paz.

Este maravilhoso dom que o Pai tão sensivelmente escolheu para nós visa tornar-se uma parte do nosso próprio ser. Podemos participar de sua opulência. Podemos, de fato, partilhar continuamente sua abundância com outros, o que o faz totalmente mais deleitoso!

Obrigado, Pai!

19 de Maio

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Teologia de Cozinha

"Pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero este faço”  Rom. 7:18 e 19.

Superficialmente, parecia uma cena tranqüila, doméstica. O aroma de cozido apetitoso procedia da cozinha, enquanto o Hóspede de honra estava sendo cortesmente acolhido na sala de estar. Contudo, havia uma ansiedade pobremente escondida crepitando pela casa: a colher sendo batida com muita energia sobre a mesa; a voz tensa enquanto a irmã mais velha invocava autoridade religiosa para levar sua irmã mais nova a tomar mais a sério a vida.

Jesus via nisto muito mais do que uma altercação doméstica ou rivalidade entre irmãs. Via em Marta e Maria duas abordagens nitidamente diferentes à vida espiritual e a Si mesmo. E não deixou dúvida quanto ao que Ele via como duradouramente útil.

Marta era um protótipo do estilo de experiência religiosa de Romanos 7. Embora Jesus tivesse sido "recebido em sua casa", sua experiência era ainda de distração, ansiedade e inquietação. Marta era tiranizada pelos "deveres" da vida religiosa. Embora sua mente consentisse que ela deveria fazer muitas coisas para agradar a Jesus, o ato de fazê-las era deformado pelos temores de inadequabilidade. A falta de alegria de sua conduta revelava que suas ações não eram o fluir livre de sua respiração natural.

Maria, por outro lado, tinha descoberto a experiência de Romanos 8. Era fascinada pela união de seu espírito com o de seu Salvador, clamando "Abba, Pai!" Tinha descoberto que a essência da vida espiritual estava centralizada no relacionamento em vez de no desempenho. Estava liberta do espírito de escravidão e temor, livre para conhecer a vida e a paz porque estava encantada com o Doador da vida.

Jesus aprovou a escolha de Maria, porque sabia que a sua escolha era o oposto daquela feita por Adão e Eva no Jardim. Sabia que, precisamente como a separação de Deus traz em seu séquito toda maldição, assim a união pessoal com Deus traz toda bênção. Longe de tornar-se um místico passivo, sabemos que Maria prosseguiu para tornar-se uma vigorosa obreira na jovem igreja. E isto porque a motivação florescente no coração de Maria não podia ser tirada!

Nada pode com mais eficiência satisfazer as nossas mais profundas necessidades íntimas do que assentar-se aos pés de Jesus, absorto em Suas restauradoras revelações de Seu Pai e em Sua afeição pessoal por nós.

20 de Maio

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Cirurgia de Band-Aids e do Coração Novo

"O amor que Ele nos mostrou enviando Seu Filho como o remédio para a poluição dos nossos pecados.” I João 4:10, NEB.

Disse Hipócrates: "Os remédios extremos são muito apropriados para enfermidades extremas." Em outras palavras, você não aplica um Band- Aid (pequena atadura) a alguém que sofreu uma cirurgia do coração.

Como cristãos, falamos muito sobre "livrar-se do pecado" em nossa vida. Regozijamos porque o sangue de Jesus "cobre nossos pecados". Mas que estamos realmente dizendo? Mais importante, que cremos em relação ao sacrifício expiatório de Cristo? Compreender a morte de Cristo como um meio para apaziguar um Deus irado é diminuir todo o processo da redenção. Isto faz de Jesus um divino Band-Aid sobre a "cirurgia do coração novo" que Deus está realizando individualmente por todos nós.

A maneira como encaramos o pecado determina como nos aproximamos do Cirurgião. Se. o pecado é mau comportamento, vamos esperar que o substitua por melhor comportamento. Infelizmente, como no caso da cirurgia literal do coração onde os hábitos prejudiciais causaram degeneração, a cirurgia corretiva não é suficiente. Mesmo como a saúde física somente é assegurada com uma mudança no estilo de vida, a "cirurgia do coração novo" só é bem-sucedida até onde nossa opinião de Deus tenha mudado.

Nosso Deus viu como apropriado no trato com a doença do pecado o remédio extremo de enviar "Seu Filho unigênito ao mundo para trazer-nos vida". Note: "E o Seu amor nos foi revelado NISTO." I João 4:9, NEB. Posso propor um importante esclarecimento? Foi o AMOR revelado no envio do Filho, o remédio primário, não a morte física de Cristo na cruz. "O amor do qual eu falo é... o amor que Ele nos mostrou enviando Seu Filho como o remédio para a poluição dos nossos pecados." Verso 10, NEB.

Deixe-me explicar mais. Em Heb. 3:12 Paulo aconselha: "Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo." É a descrença em Deus o que torna o coração mau - não a descrença de que Ele existe, mas a descrença em QUEM é Ele. Não faria absolutamente nenhum bem remover os resultados desta descrença de nossa vida (pecado) se retivéssemos a danosa opinião de que o próprio Deus está causando o problema! Portanto, Deus mostrou-Se-nos a Si mesmo em Seu Filho. Mostrou-nos a todos que precisamos mudar de opinião quanto a Ele.

"Esta É a "cirurgia do coração novo"!

21 de Maio

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Bastante Seguro Para Arriscar

"Compareceu o primeiro e disse: Senhor, a tua mina rendeu dez. Respondeu- lhe o senhor: Muito bem, servo bom, porque foste fiel no pouco, terás autoridade sobre dez cidades. " Luc. 19: 16 e 17.

 

Imagine um consultor de investimento vindo a você com um negócio infalível para obter um retorno de dois a um em um investimento. Sem dúvida você ficaria profundamente interessado e começaria a procurar o seu talão de cheques. Contudo, se ele oferecesse um retorno de cinco a um, provavelmente você ficaria um pouco apreensivo quanto aos riscos envolvidos e pediria tempo para pensar na proposta.

Mas se o consultor de investimento lhe oferecesse um retorno de dez a um, você provavelmente imaginaria: "Isto é muitíssimo arriscado! E possível que este indivíduo esteja em dificuldade com a Bolsa de Valores. As pessoas perdem tudo o que têm neste tipo de ousada especulação. Não vou me arriscar."

Contudo, na parábola de Jesus, este é o homem que recebeu a mais generosa afirmação! Ele era muito ousado, com visão bastante ampla, para aventurar-se em um projeto de grandes proporções. Isto continha a promessa de ser um sucesso formidável... ou um fracasso monumental. E o dinheiro pertencia a mais alguém!

Mas isto suscita uma séria pergunta quanto ao fato de haver tantos rebeldes contra o nosso Pai celestial. Ele nunca agiu em relação a nós de uma maneira que nos incitasse a ira. Mesmo no trato com nossos mais graves pecados, Ele tem agido de tal modo que revela respeito por nossa auto-estima e protege nossa individualidade. Não tem procurado nos humilhar para conseguir a submissão, nem nos subjuga com violentas ameaças de retribuição. Por que, então, há tantas pessoas hostis contra o nosso benevolente Pai?

Jesus põem o dedo exatamente no problema quando diz: “Um inimigo fez isso”. Mat. 13:28. Os rebeldes não são hostis contra Deus de per si, mas contra a opinião de Deus que Satanás tem retratado. E têm caído por causa disto, pensando que esta é a verdadeira informação! Dificilmente posso contar o número de vezes em que falei com pessoas que pareciam estar fugindo precipitadamente pela porta do fundo da igreja; contudo, ao falarmos acerca de suas razões, desdobram um quadro de Deus pintado em linhas escuras e opressivas pelo próprio inimigo. E imaginam que têm motivo justo para estar zangados com Deus.

Surpreendentemente, Deus não castiga Seu povo por sentir deste modo acerca dEle. Em vez disto, ilumina-os!

16 de Maio

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O Deus de Promessa Positiva

Porque quantas são as promessas de Deus tantas têm nEle o sim; porquanto também por Ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio. II Cor.1:20

“Estarei lá para encontrá-la.” Sua promessa era tão animadora! Ela estaria voando mais de três mil e duzentos quilômetros através do país para uma grande metrópole onde então precisava fazer uma apressada conexão com uma linha de ônibus a fim de chegar ao seu destino. Não tendo viajado muito, sua falta de conhecimento dos terminais do aeroporto causou-lhe não pouca ansiedade. A resposta rápida de seu amigo enchera-lhe o coração de entusiasmo. Entretanto, dois dias depois no aeroporto, os últimos vestígios tinham há muito se d-ALIGN: justify"> Talvez esta seja a explicação. Ele fora solicitado a investir aquele dinheiro em favor de outra pessoa: seu senhor. Certamente ele interrogou-se a si mesmo: "Que acontecerá se eu o investir em um arriscado projeto e algo não der certo? Ficará ele escandalizado comigo e me condenará por fazer uma tentativa honesta? Ou ficará no mínimo contente porque eu me dispus a esforçar-me por alguma coisa de importância?" Afinal, foi a confiança em seu senhor que o levou a gerir o dinheiro ousadamente. Não somente foi elogiado, mas foi-lhe dada a responsabilidade de administrar dez cidades.

Mas a parábola de Jesus não é primariamente sobre dinheiro. É sobre pessoas que sentem que o meio mais seguro de reter o favor de Deus é viver vida medíocre, convencional e isenta de riscos. É uma mensagem acerca de um Senhor que envolve Seu povo em tão intensa segurança que eles estarão dispostos a fazer grandes planos para Ele.

Se algo der errado, Ele dirá: "Estou satisfeito porque no mínimo estiveste disposto a tentar. Olhe aqui! Tenho mais recursos para ti; tente outra vez!"

O Senhor chamou o servo de “bom e fiel“ porque ele conhecia o coração do Senhor – que o tornou bastante seguro para arriscar!

22 de Maio

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O Cordeiro Vegetal da Tartária

"E disse: Arreda! Satanás, porque não cogitas das coisas de Deus, e,sim das dos homens. Mar. 8.33

A lenda do Cordeiro Vegetal da Tartária, metade planta e metade animal, originou-se na Idade Média. Quando pela primeira vez foi apresentado o algodão aos europeus que viajavam para o Extremo Oriente, planta que lhes era totalmente desconhecida naquele tempo, eles o tomaram por lã - substância que conheciam. Sendo que a lã procedia das ovelhas, deduziram que o algodão era proveniente de cordeiros que cresciam de uma árvore à qual os cordeiros estavam ligados pelo umbigo. Dizia-se que os cordeiros pastavam enquanto a planta curvava-se ao chão. Os cordeiros e a planta morriam depois que toda a grama ao redor tinha sido comida.

Rimos de idéias tão absurdas. Contudo tais lendas freqüentemente sobrevivem durante séculos como fato aceito. Não era diferente nos dias de Jesus. A vinda do Messias tinha sido tão envolvida pela lenda e a tradição judaicas que quando Jesus "começou a ensinar [aos Seus discípulos] que era necessário que o Filho do homem sofresse muitas coisas, fosse rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas, fosse morto e que depois de três dias ressuscitasse... Pedro, chamando-O à parte, começou a reprová-Lo". Embora Jesus expusesse isto "claramente"! Mar. 8:31 e 32.

Maravilhamo-nos da atitude de Pedro. Considerava isto "Tudo errado!" Tão errado, de fato, que Jesus foi impelido a proferir uma das Suas mais chocantes repreensões: "Arreda! Satanás", disse Ele, "porque não cogitas das coisas de Deus, e, sim, das dos homens." Verso 33. Posso sugerir que nossas idéias quanto ao motivo por que Jesus teve de morrer poderiam estar tão distantes do alvo como estava a resistência de Pedro a que isto ocorresse?

Jesus dirigiu-Se diretamente a Satanás não para censurar ou humilhar a Pedro diante de seus amigos, mas a fim de chamar dramaticamente a atenção para o originador de tal pensamento. Nossos primeiros pais aceitaram o fatal engano de que teriam vida separados do Criador. Quando Pedro clamou: "Não, Senhor, isto jamais Te acontecerá" (Mat. 16:22, NEB), estava na realidade reafirmando a mentira da serpente: "É claro que não morrereis". Gên. 3:4, NEB.

A morte de Cristo como o Filho do homem deveria demonstrar de uma vez por todas o que traz a separação de Deus. Insinuar que Deus exige morte como penalidade por não acreditarmos nEle é pouco melhor do que presumir que a lã cresce nas arvores, não importa quantas pessoas assim pensem.

23 de Maio

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“Tu és um Homem Severo”

“Então veio outro dizendo: ’Senhor , esta aqui a tua a tua libra, que eu guardei em lenço; pois tive medo de ti porque és um homem severo.” Luc. 19:20 e 21, RSV

A maioria dos autores, escrevendo no campo da personalidade humana, classificam a timidez extrema como um tipo de distúrbio emocional. A pessoa retraída, temerosa, passiva, que raramente acha coragem para afirmar-se em qualquer interação social não está  usufruindo toda a sua personalidade. Muitos autores remontam este exemplo de timidez excessiva a um individuo muito forte, autoritário (geralmente um pai) nos primeiros anos de vida da pessoa.

O exemplo usual é de alguém que está muitas vezes reprovando asperamente por ter feito algo errado. Os riscos emocionais envolvidos em cometer um erro tornam-se tão grandes que alguém se retrai na segurança de não fazer absolutamente nada. Ao continuar o exemplo, a pessoa curva-se em solidão, nenhuma nova aventura na vida.

Quão doloroso era para Jesus, portanto, quando Seus amigos terrestres consideravam Seu Pai como “um homem severo”! Assim, contou-lhes a parábola de um homem que tomou sua vida – seus talentos, energia, mesmo sua personalidade – e a escondeu dentro do lenço do temor. Toda a sua existência tornou-se monótona, “cautelosa” e improdutiva. Nenhuma nova amizade para ampliar seus horizontes, nenhum novo método de testemunhar, nenhuma nova dimensão de desenvolvimento. Porque? Porque via o Mestre como Alguém que Se precipitaria sobre ele com severos juízos se tentasse e falhasse.

Conquanto a parábola de Jesus termina com forte insatisfação para com todos os que mantém tal ponto de vista, ela é um luminoso farol de esperança para todos os que consideram o Pai como o “Infinito Bisbilhoteiro” que espreita nas esquinas de sua mente,  pronto para apanhá-lo em algum pequeno defeito. Quase podemos ouvir Jesus bradando: “Meu Pai não é isto! Em Sua amizade estareis seguros para arriscar, ousar, crescer,... e sim, até para tropeçar e então tentar novamente. Meu Pai vos ajudará”

Na parábola de Jesus, seu servo foi condenado, não por fazer alguma coisa errada, mas por sustentar ponto de vista tão desnecessariamente trágico de seu Senhor. Não é uma parábola acerca de mordomia financeira, nem sobre auxilio às atividades missionárias da igreja local. Em vez disto é um dos meios mais poderosos de que Jesus Se serviu para salientar quão profundamente nossa opinião de Deus molda a qualidade de toda a nossa vida. “Na amizade de Meu Pai”, diz Ele, “estareis livres para arriscar!”

24 de Maio

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Sempre Subindo

"Não percais o vosso seguro ponto de apoio. Mas crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo." 11 S. Ped. 3:17 e 18, NEB.

Os que escalam montanhas sabem o quão importante é encontrar um seguro ponto de apoio antes de continuar a subir. Somente os afoitos se moverão antes de estar certos de sua posição. A precaução, contudo, não implica em inércia. De fato, ser cauteloso sugere que o movimento é antecipado. O temor produz inatividade. É um assunto completamente diferente gritar "Pare!" de advertir: "Seja cuidadoso!"

Na área do crescimento cristão, permeiam três atitudes distintas: imprudência, cautela e temor. Creio que nossa opinião de Deus decide que atitude adotamos. Em 11 S. Pedro 3:4 lemos da inconseqüente abordagem a Deus: "Onde está a promessa da Sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação." Tais pessoas crêem que Deus não está envolvido nos negócios do homem -quer porque Ele não existe, não Se preocupa, quer por que é tão indulgente que não reage.

Deus Se preocupa muito! O verso 9 nos diz: "Não retarda o Senhor a Sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, Ele é LONGÂNIMO para convosco, não querendo que nenhum pereça, se não que todos cheguem ao arrependimento" - a experimentar a restauradora "transformação da mente" no que concerne a Ele.

Podemos ser cautelosos sem ficar com medo. Conquanto advertidos a não perdermos o nosso "seguro ponto de apoio" por causa do erro potencial, somos exortados a crescer "na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" (versos 17 e 18). A vinda do Dia de Deus não precisa paralisar-nos de temor. Podemos aguardá-la avidamente porque "temos Sua promessa" (versos 12, 13). Nosso quadro de Deus pode ser tranqüilizadora e emocionalmente claro em Jesus! E Jesus prometeu que na casa do Pai há um preparo especial que está sendo feito para o nosso regresso ao lar.

Apenas temos começado a conhecer o Pai através de Cristo! Por Sua generosa e pronta aceitação de nós, podemos estar certos de que Deus deseja que estejamos sempre ascendendo em nossa aproximação dEle. Novas idéias farão vibrar nossa alma enquanto subimos mais e mais alto, distanciando-se dos enganos deste mundo. E se escorregarmos, sabemos que por baixo de nós estão Seus braços eternos.

E algum dia claro veremos para sempre!

25 de Maio

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O Melhor Exemplo de Fé

"Estou crucificado com Cristo: não obstante vivo,' contudo não eu, mas Cristo vive em mim: e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo Se entregou por mim. " Gál. 2:20, KJV.

Tenho freqüentemente solicitado a grupos de pessoas que nomeiem o que eles crêem ser o melhor exemplo de "fé" na Bíblia. Muitas pessoas favorecem os conhecidos heróis da fé: Abraão, Jó,  Moisés, ou Elias. Alguns mencionam João Batista ou Davi.

Quando são solicitados a explicar suas escolhas, as pessoas geralmente falam daqueles eventos, tais como: Abraão oferecendo a Isaque, em que as pessoas fazem coisas extraordinárias que parecem não ter nenhum sentido. Parece que, para muitos cristãos, a fé tem mais a ver com cega credulidade do que com um relacionamento que transforma a vida.

Isto é revelado pelo fato de que virtualmente ninguém jamais nomeia Jesus Cristo como o melhor exemplo de fé. Raramente lhes ocorre que Ele viveu vida tão exemplar somente por Seu relacionamento de fé com o Pai. É comum pensar em Jesus como um exemplo em termos de comportamento adequado para seguirmos. Mas o sentido primário em que Jesus é o nosso exemplo é na confiante, dependente e informal amizade com Deus que habilitou Jesus a ter o procedimento apropriado.

Jesus falou explicitamente de Seu relacionamento de fé com a divindade fora de Si mesmo: "Nada faço por Mim mesmo; mas falo como o Pai Me ensinou. E Aquele que Me enviou está comigo, não Me deixou só, porque Eu faço sempre o que Lhe agrada." S. João 8:28 e 29. A divindade que enchia a vida de Jesus com poder e propósito não era Sua própria, mas de Seu Pai.

Contemplar a maneira como Jesus viveu Sua vida investe a palavra "fé" de significado explícito. Ao cair moribundo no chão em Getsêmani, esmagado pela mais difícil decisão que qualquer pessoa já foi chamada a tomar, clamou três vezes: "Não se faça a Minha vontade, e, sim, a Tua." Horas depois, quando as nuvens da segunda morte começavam a circundá-Lo, Suas últimas palavras expressavam confiança explícita: "Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu espírito!"

Quando Paulo descreve os meios pelos quais ele vivia a nova vida, diz que é através de um tipo de relacionamento de fé muito especial, o tipo de fé de Jesus. E este mesmo relacionamento está à nossa disposição!

26 de Maio

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O Ouro dos Trouxas e a Fé Cega

"Aconselho-te que de Mim compres ouro refinado pelo fogo para te  enriqueceres.” Apoc. 3: 18.

Nos dias da Corrida do Ouro em meados de 1800, muitas pessoas lançavam as vistas para a Califórnia. Freqüentemente vendiam tudo o que possuíam, migravam para o oeste na esperança de enriquecer. Alguns ficavam ricos, muitos não. Talvez as mais tristes histórias contadas são a respeito daqueles que imaginavam ter ouro quando, de fato, suas pretensões consistiam de pirita -ouro dos trouxas!

No livro do Apocalipse são narradas as sete diferentes fases da igreja cristã desde os dias dos apóstolos. A Laodicéia aqueles que vivem no próprio fim do tempo diz Deus: "Pois dizes: Estou rico e abastado, e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu." Apoc. 3:17.

Quantas vezes tenho ouvido esta passagem lida através de dentes cerrados, como se Deus dificilmente pudesse restringir Sua ira e desgosto! Todavia Ele diz claramente no verso 19: ".Eu repreendo e disciplino a quantos amo.” Com a noção de e”disciplinar” ,  compreendemos que é com insistência que Ele nos mostra o nosso erro a fim  de salvar-nos de ser comprometidos e humilhados. Oferece mesmo uma solução: "Aconselho-te que de Mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres." Verso 18.

Que é esse ouro preciosamente genuíno que Ele nos oferece? "Para que o valor da vossa fé, uma vez confirmado, muito mais precioso do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo." I S. Ped. 1:7. É a nossa fé em Deus, conforme provada nos fogos da experiência pessoal, que nos traz "toda riqueza da forte convicção do entendimento, para compreenderem plenamente o mistério de Deus, Cristo, em que todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos". Colos. 2:2 e 3.

Deus não deseja que tenhamos uma fé cega nele. Se o que crermos a respeito dEle não se integra realística e eficazmente em cada faceta de nossa vida e de nosso trato com os outros, essa fé é tão boa quanto o ouro  dos trouxas. A solução envolve comunhão com Ele.. Diz Ele em essência: "Compreendo e quero ajudá-lo. Permita-Me cear com você para que possamos conversar!”

Ouçamo-Lo até o fim!

27 de Maio

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Jesus é um Cavalheiro

"Eis que estou à porta, e bato,. se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo. " Apoc. 3:20.

Jesus pode invadir o vasto vazio do espaço, proferir apenas uma palavra e impulsionar mundos, sistemas solares e galáxias. Pode invadir uma tumba cavada na rocha, penetrando até mesmo os ouvidos do morto com a ordem: "Lázaro, sai para fora!"

Pode invadir as células de um corpo dominado pela enfermidade com a simples ordem: "Sê restaurado!" Sem pedir permissão, Jesus comanda os exércitos do Céu, as estrelas das galáxias e os elétrons nos átomos.

Mas quando Ele Se aproxima da lealdade da mente humana, a "invasão" pára. Não dá nenhuma ordem, não insinua nenhuma ameaça. Não força a porta. As Escrituras O retratam, com a máxima cortesia, do lado de fora da porta, batendo. E se a porta fosse aberta, Ele entraria não para pronunciar uma contundente repreensão por ter sido deixado do lado de fora, mas para usufruir uma agradável refeição com o Seu novo amigo.

Pudesse Jesus ter ordenado uma solução para o problema dos errantes, poderia ter passado por cima de uns seis mil anos de conflito e dor. Mas Ele sabia que uma solução imposta não é solução. E assim, embora a condição laodiceana seja fatal, Ele somente bate.

Ele bate através daquele doloroso vazio do coração que somente Ele pode preencher, através dos esmagadores problemas que somente Ele pode resolver, através dos anseios de novos horizontes que somente Ele pode satisfazer. Bate através das convicções diretas do Espírito enquanto se está lendo as Escrituras, através de uma importuna consciência do embotamento espiritual, e através dos cativantes apelos de um verdadeiro amigo.

Há tantos que deixam a porta cerrada à Sua gentil batida porque supõem que, como um vendedor de porta em porta, Ele está simplesmente "mascateando". Novos comportamentos a adotar. Mais coisas a fazer e novas listas de coisas a não fazer. Fardos adicionais a acrescentar a uma vida já fatigada. Deixam de notar que a porta aberta acolhe a própria Pessoa - em calorosa e restauradora comunhão. Querido leitor, tem você algum motivo válido para dizer-Lhe Não?

28 de Maio

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A Pergunta não Respondida

"E Jesus por Sua vez lhes disse: Nem Eu tão pouco vos digo com que I autoridade faço estas coisas. " S. Mar. 11:33.

Logo depois de ter Jesus alimentado uma enorme multidão de pessoas com sete pães e alguns pequenos peixes, foi Ele interpelado pelos fariseus que saindo "puseram-se a discutir com Ele; e, tentando-O, pediram-Lhe um sinal do céu. Jesus, porém, arrancou do íntimo do Seu espírito um gemido, e disse: Por que pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo que a esta geração não se lhe dará sinal algum". S. Mar., 8:11 e 12.

Esses líderes religiosos queriam que Jesus mostrasse um sinal para provar Sua autoridade e messiado. Por que Jesus não agiu de acordo I com os seus desejos? Teria isto salvo a Ele da agonia da rejeição pelos pais espirituais de Israel, tornando Sua missão sobre a Terra um tanto mais fácil? Certamente, teria tornado a vida mais simples para os discípulos. Talvez seja este o motivo por que Jesus os advertiu para que se acautelassem do fermento dos fariseus (verso 15)  evitassem sua linha de raciocínio.

Os fariseus queriam ver o poder do fogo! Afinal, o Messias que deveria libertar os filhos de Israel do cativeiro romano não era Ele? Ajuste algumas contas! Faça todas as nações vizinhas pensar duas vezes antes de invadir a Terra Prometida! Mas nenhum desses sinais deveria ser dado. Teria sido profundamente desencaminhador. Jesus veio para revelar que Deus deseja amar totalmente as pessoas, não para intimidá-las em submissão -TODAS as pessoas, inclusive os cidadãos de Roma!

Em outra ocasião, enquanto Jesus estava passeando no pátio do Templo não muito tempo depois de ter expulsado os cambistas, "vieram ao Seu encontro os principais sacerdotes, os escribas e os anciãos, e Lhe perguntaram: Com que autoridade fazes estas coisas? ou quem Te deu tal autoridade para as fazeres?" S. Mar. 11:21 e 28.

Jesus compreendeu que eles desejavam apertá-Lo contra a parede, esperando que Sua resposta torná-Lo-ia completamente vulnerável aos seus desígnios destruidores contra Sua vida. Em vez disto, Jesus Se contrapôs perguntando-lhes sobre a autoridade de João Batista. Temendo expor seus próprios pensamentos sinuosos ao povo, declinaram de responder. "E Jesus por Sua vez lhes disse: Nem Eu tão pouco vos digo com que autoridade faço estas coisas." Verso 33.

Outra vez, se Jesus dissesse que Deus era Sua autoridade teria insinuado nuanças de força muscular em Sua missão terrestre. De nenhum modo Jesus representaria maio caráter de Seu Pai! O poder chama a, atenção do povo, mas é um deficiente ensinador da verdade divina.

29 de Maio

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Duas Espécies de Sofrimento

"Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer." Isa. 53:3.

Uma jovem mãe olha ternamente nos olhos de seu filho fatalmente enfermo. Procura conter as lágrimas; o nó na garganta é muito grande para que ela possa falar. Oh, como acaricia aquela pequenina vida com um amor medido pelo seu sofrimento!

Uma insegura adolescente corre para a janela a fim de observar através de lágrimas ardentes enquanto seu primeiro namorado caminha em direção da estrada. Acaba de romper relações com ela, e está certa de que o mundo terminará antes do pôr-do-sol. Suas atenções eram para ela o centro de sua própria existência a um grau medido agora por seu sofrimento.

Na medida em que alguém ama, na mesma extensão é vulnerável ao sofrimento. Na medida em que alguém é egoísta e inseguro, na mesma extensão é também vulnerável ao sofrimento. Mas são duas diferentes espécies de sofrimento! O primeiro tipo baseia-se na dor daqueles que são amados. O segundo tipo fundamenta-se no fracasso de ser amado.

O sofrimento de alguém que é capaz de amar produz o desenvolvimento do caráter enquanto luta por todos os meios para trazer cura e esperança a alguém que está sofrendo. Anseia por maiores capacidades do coração, mais profundas sensibilidades da alma, mais perseverança na oração. Mas o sofrimento de alguém que não é amado freqüentemente inibe o desenvolvimento do caráter, enquanto estende a mão, manipula e manobra para levar outros a reduzir a dor do seu coração.

Há uma petulante opinião da vida cristã que sugere que tornar-se cristão significa lançar-se em uma vida isenta de sofrimento - caminhando pelo lado ensolarado da rua, assobiando alegres melodias, como vento nas costas e sempre um sorriso no rosto. Pessoas que se rendem a este ponto de vista do Cristianismo estão sempre desorientadas (e então ficam desapontadas com Deus) quando têm de sofrer as realidades deste imundo planeta.

Aqueles que caminham com seu Mestre não escapam do sofrimento; em vez disto eles permutam a natureza do seu sofrimento. Mudam-se do sofrimento destrutivo para o sofrimento construtivo, da dor consumidora de energia para a dor que alarga e produz crescimento.

Jesus é um Homem de dores e que sabe o que é padecer -porque Ele nos ama tanto! Aflige-Se por causa do vazio, a ferida, a confusão e a autodesilusão na vida de todos nós que estamos cingidos em Seu grande coração de amor.

30 de Maio

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Porque Jesus Purificou o Templo

"Entrando Ele no templo passou a expulsar os que ali vendiam e compravam."S. Mar.11:15.“

Para muitos, o quadro de Jesus no Templo virando as mesas dos cambistas e expulsando os vendedores de pombas e outros negociantes é um tanto intrigante, enigmático e "em desacordo" com o Mestre gentil dos evangelhos. Mas é isto?

Uma coisa se destaca no ministério de Jesus: a imagem que Ele mostrou do Pai. Tudo o que fazia 'e dizia revelava a Deus como razoável. Compassivo e afável, de sorte que isso deixou os dirigentes israelitas muito constrangidos. Sua posição de autoridade conferia-lhes domínio sobre () povo, e desempenhavam bem esse papel. No processo, apresentavam um quadro muito distorcido e sinistro de Deus.

Este é o fundamento do ato de Jesus de purificar o Templo. Não somente as pessoas tinham sido deixadas por ensinar quanto ao verdadeiro significado dos sacrifícios que se lhes exigia levar, mas estavam escandalizadas com a maneira pela qual eram transformadas em vítimas monetárias no processo. Trazendo um cordeiro perfeitamente aceitável, corriam o risco de ver um sacerdote oficiante rejeitá-lo por alguma razão obscura. Eram então conduzidas ao vendedor autorizado de cordeiros "aceitáveis" dentro do Templo que lhes provia um animal -a um preço mais alto do que alguém pagaria em qualquer outro lugar. Mas por outro lado, eram poupadas do problema de sair e comprar outro animal que também poderia não passar no escrutínio dos sacerdotes.

O fato de que os próprios cordeiros rejeitados pelos sacerdotes conseguiam ser "reciclados" nos currais dos vendedores de "sacrifício aceitável" não era desconhecido do povo. Mas eles não podiam abolir o sistema. Eram obrigados a ter um cordeiro que fosse aprovado na inspeção do sacerdote. Não é necessário dizer que todo o processo trazia reprovação a Deus e ao Seu trato com a desamparada humanidade.

Jesus reagiu! Por quê? Porque Deus estava desgostoso de que fosse yisto em tal luz. Era como dizer que Ele estava disposto a tirar vantagem dos necessitados, que Ele era irrazoável e arbitrário, que todo o negócio estava a serviço de frio legalismo. Assim Deus mostrou ao povo quão abominável era a transação comercial do Templo à Sua vista pela medida da indignação revelada por Seu Filho. Quando Ele virou as mesas de dinheiro, proclamou sobre Deus: "O dinheiro não é importante para Mim. As ovelhas não são importantes para Mim. As pessoas são!

Estou tão contente porque Deus corrigiu o equívoco!

31 de Maio

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Justiça Intrépida

"Ouvi-Me, vós que conheceis a justiça, vós, povo, em cujo coração está a Minha lei; não temais o opróbrio dos homens. nem vos turbeis por causa das suas  injúrias" Isa, 51:7.

Por que a desaprovação dos outros é tão terrificante para nós? Com freqüência fazemos quase tudo para evitar que outros nos considerem errados, sem razão. Reconhece você em seu próprio coração aquele intenso desejo de ser correto, de ser reconhecido como "tendo razão"?

Talvez duvidemos de nossas próprias convicções, de nossos próprios valores, quando diferem dos valores aceitos por outros. Contudo,

o temor de ficarmos sozinhos pode tornar-nos frágeis, vulneráveis, facilmente manipuláveis. E nestes tempos de valores confusos e intenso conflito, esta não é uma condição saudável na qual estar.

Como pode o nosso Pai preparar um povo que seja capaz de permanecer pelo que é direito nos conflitos finais, contra as poderosas opiniões de cujo lado parecerá estar o mundo inteiro? Como podemos nos tornar essencialmente inabaláveis diante das pressões, mesmo do ultraje de pessoas que estão ameaçadas por aqueles "que conhecem a justiça:.'?

Deus não faz isto vociferando ordens a nós com maior força do que o mundo ameaçador que está ao  nosso redor. Seu povo não permuta temor por temor. Em vez disto atendemos ao Seu convite para ouvir enquanto Ele nos instrui nos caminhos da justiça. Por meio de sábio e paciente ensino, escreve Sua lei em nosso coração. Mas do que isto, Seu amor poderoso e imutável opera a fim de curar aquele vazio e aquela insegurança que aflige a todos nós. Deste modo, Ele nos dá a força emocional para dizer: "Mundo, não importa o que pensas de mim. O Deus deste Universo ME considera precioso!" O trato de Deus com cada um de nós é tão completo! Começamos mostrando-nos a diferença entre a justiça e a impiedade. Dando um segundo passo, Ele nos ajuda. Coloca em nós os princípios da justiça; escreve-os em nosso coração para que eles representem as próprias coisas que mais gostaríamos de fazer. No final, torna-nos tão interiormente seguros, tão adequadamente autoconfiantes nEle, que perdemos o medidas controvérsias e pressões dos injustos.

Diz Paulo: "Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia mas de poder, de amor e de moderação." 11 Tim. 1:7. Que maior força existe do que alguém saber que permanece com destemor precisamente no centro da vontade de Deus e de Seu amor!

Título Original em Inglês:
HIS HEALING LOVE

Título em Português:
O AMOR QUE RESTAURA

Autor:
DICK WINN

Primeira Edição Publicada em 1987:
CASA PUBLICADORA BRASILEIRA

 

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